Publicado em 03 de março de 2011
FABÍOLA ORTIZ
Os passos já estão sincronizados, as alas bem distribuídas e a saudação em frente aos julgadores já ensaiada para não fazer feio na avenida. Tudo tem que estar afinado. Não é só a beleza e a grandiosidade que contam para a escola de samba ser eleita a campeã do Carnaval carioca, mas também a animação e a desenvoltura dos componentes da escola.
Carlinhos Coreógrafo, diretor dos passistas do Salgueiro, é destaque por dar o brilho aos componentes na Sapucaí. O dançarino de 37 anos, há 20 no grêmio recreativo, vai interpretar a personagem Madame Satã no desfile que vai levar obras do cinema para a Marques de Sapucaí. Neste ano, ele foi o responsável por coreografar a primeira ala que entra na avenida atrás do carro abre-alas, assim como a ala Maculelê de malandros que vai acompanhar a Madame Satã que irá encarnar.
“O carnavalesco Renato Lage me deu esse presente. Estudei a história da Madame Satã, fiz aulas de capoeira, mudei a minha alimentação, pesquisei muito. Estou encantado com a história, eu me identifico muito com ele, esse jeito forte de ser e sensível que Madame Satã tinha”, contou o dançarino.
Carlinhos mantém em sigilo os detalhes da sua fantasia. “Não posso falar, mas a gente vai retratar bem o filme para ficar marcante lembrando o cinema”, destacou. Ele vai sair à frente da ala Maculelê que será integrada por cerca de 80 dançarinos fantasiados de malandros. Na reta final para o desfile, a agitação e o estresse são grandes, afirma. “Eu não estou conseguindo nem dormir direito”.
Ser passista também não é fácil. A disciplina de ensaios é rigorosa, contou Mayombe Masai, de 20 anos e há quatro como passista. “ O Carlinhos é rigoroso, não pode faltar aos ensaios, mas ele é muito responsável e amigo. Estou no Salgueiro por causa do Carlinhos. A sintonia toda é o Carlinhos que proporciona”. Mayombe é um dos 50 passistas do Salgueiro. Ele diz que já está tudo pronto. “O Salgueiro vem no desfile das campeãs. O samba está inteligente e está crescendo muito”, apostou.
“Cada um de nós representa um astro. O enredo este ano está muito bom e o samba então já pegou na ponta da língua de todo mundo. Este ano, todos estão mais confiantes e o pessoal mais unidos”, contou a porta-bandeira Gleice Simpatia que faz par com o mestre-sala Sidclei.
Há 19 anos de porta-bandeira, Gleice diz que na reta final o casal está apenas lapidando os movimentos da coreografia. A ordem é manter segredo e não falar das surpresas que o casal mestre-sala e porta-bandeira estão preparando. “A escola está preparada, tem novidades e vai ser um sucesso”, destacou.
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