Publicado em 30 de janeiro de 2011
Rafael Galdo
RIO – Na porta do barracão da Estácio de Sá, na Avenida Venezuela, as obras de revitalização da Zona Portuária avançam rapidamente. Mas o que é uma boa notícia para o Rio virou uma dor de cabeça para as escolas de samba do Grupo de Acesso. O motivo é que, com a recuperação do Porto, essas agremiações, a maioria ocupando galpões do governo federal, temem ser desalojadas.
No caso da Estácio, a escola já foi avisada que, passado o carnaval, o terreno onde confecciona seus carros alegóricos será desapropriado. Diante disso, o presidente da vermelha e branca, Marcos Aurélio Fernandes, afirma que esta semana enviará ao prefeito Eduardo Paes um pedido, em caráter de urgência, de solução para os barracões do Grupo de Acesso.
- Somos favoráveis à revitalização. Mas estamos todos preocupados. Se continuar a indefinição, quem perderá será o carnaval – diz.
“Aqui falta até água”, diz carnavalesco
O barracão da Viradouro, próximo à Rodoviária Novo Rio, foi alvo de uma ação judicial, e, segundo o presidente da escola, Gusttavo Clarão, a agremiação se comprometeu na Riotur a deixar o lugar logo após o carnaval. Na mesma situação de incerteza estão outras escolas tradicionais, como o Império Serrano. Já no chamado “Carandiru do Samba”, galpão no Santo Cristo que reúne em situação precária 11 agremiações, as informações de que o terreno vai abrigar, em breve, instalações dos Jogos Olímpicos de 2016 tiram o sono dos carnavalescos.
- Aqui falta até água. Mas melhor nesse barracão do que sem um lugar para fazer o carnaval. Há pelo menos três anos ouço falar numa espécie de Cidade do Samba 2 – diz Edson Santos, carnavalesco da Renascer de Jacarepaguá.
De acordo com Reginaldo Gomes, presidente da Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso (Lesga), até agora a entidade não foi comunicada oficialmente sobre a necessidade de agremiações deixarem barracões, mas essa é uma possibilidade iminente.
- Por isso, retomaremos as discussões sobre a construção de um lugar para abrigar as 11 do Acesso A e as 12 do Acesso B – diz ele.
A prefeitura, por sua vez, garante que haverá uma solução para essas agremiações, mas as alternativas estão em estudo.
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