Publicado em 28 de janeiro de 2011
Rodrigo Coutinho
A notícia de que o presidente da Mangueira, Ivo Meirelles, havia trocado toda a diretoria de bateria comandada pelo mestre Jaguará Filho no final de semana do primeiro ensaio da Verde e Rosa na Sapucaí pegou muitas pessoas de surpresa. A principal pergunta era se a 40 dias do carnaval, a nova direção daria conta de manter a qualidade da famosa Bateria Surdo Um. Escolhido para comandar os ritmistas mangueirenses, mestre Ailton falou sobre a missão.
Cria do morro da Mangueira, o percussionista Ailton já fez parte da diretoria de bateria da Mangueira quando os mestres Alcir Explosão e Russo estavam à frente dos ritmistas da escola. Com 39 anos, o novo mestre conta que já esperava por essa oportunidade:
- É um sonho comandar essa bateria. Não houve problema nenhum com diretoria antiga. Tanto que todos eles estavam tocando na bateria e vieram me abraçar e desejar felicidade. A bateria da Mangueira é a família Surdo Um. Aqui todos se gostam e se respeitam. Espero comandá-los da melhor maneira possível.
Ailton esclareceu também que tem total autonomia para comandar a bateria da escola. Segundo ele, o presidente Ivo Meirelles participa das decisões, mas o mestre de bateria chama-se Ailton:
- Se não fosse desta forma não iria aceitar. Sou um cara até chato no meu trabalho. Tanto dentro, quanto fora do carnaval. Aprendi muito com mestre Valdomiro, Alcir, Bira, Russo e hoje vou colocar em prática tudo o que absorvi desde moleque, quando andava pelo morro batendo lata.
O novo mestre de bateria mangueirense revelou ser primo de Alcir Explosão e que começou a se destacar na ala tocando repique. Foi, inclusive, primeiro repique da escola durante alguns anos. Ailton acha que o momento não poderia ser melhor para assumir a Surdo Um:
- Hoje sou um cara maduro. Sei que posso acrescentar no lado profissional e pessoal para a bateria da Mangueira. Deus escolheu esse momento e eu acredito ser capaz para corresponder às expectativas.
Uma tradição da bateria da escola que Ailton pretende resgatar neste Carnaval é a ausência das bossas. Ele ressaltou que será fiel aos mestres que o inspiram e que falta pouco tempo para o carnaval para inventar algo:
- Sou adepto da simplicidade e da tradição da bateria da Mangueira. Nós não precisamos de bossa para levantar o público. Além disso, falta pouco para o Carnaval e vou trabalhar ainda mais o nosso ritmo.
Com enredo sobre Nelson Cavaquinho, a Mangueira encerra a noite de desfiles do domingo de Carnaval.
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