Publicado em 20 de março de 2011
POR BEATRIZ SALOMÃO
Rio – Ainda este mês, começam as obras de ampliação do principal palco do Carnaval brasileiro. Vinte sete anos após a inauguração, o projeto original do Sambódromo, feito pelo arquiteto Oscar Niemeyer, finalmente será concluído, aumentando a capacidade da plateia de 60 mil para 77,8 mil lugares. As obras estão previstas para acabar em dezembro, antes até mesmo dos ensaios técnicos para a folia do ano que vem.
Orçado em R$ 30 milhões, o projeto, que será todo custeado pela Ambev, prevê a demolição do antigo prédio da fábrica da Brahma para construção de três módulos de camarotes, frisas e arquibancadas. Essas últimas serão no mesmo número das existentes no setor 1.
A nova estrutura terá completa acessibilidade para portadores de necessidades especiais, contará com elevadores para o público, postos de atendimento médico, sala de segurança, além de um espaço para os jurados.
A estrutura será erguida com afastamento de 10 metros da passarela, para que o público tenha visão completa da Avenida e da Praça da Apoteose, o que não ocorre hoje. Está previsto ainda um estacionamento subterrâneo de dois pavimentos com capacidade para 1.932 carros. O espaço será aberto ao público durante eventos na Sapucaí.
“Como boa parte das obras é distante da Apoteose, não vamos precisar fechar a Sapucaí ao longo das intervenções”, garante o prefeito Eduardo Paes.
O projeto original não foi executado integralmente em 1984, por causa do prédio da antiga fábrica da Brahma, que estava em funcionamento na época. Dona do imóvel, a Ambev fechou acordo com a prefeitura. Em troca de arcar com a obra, a empresa poderá demolir a antiga sede da cervejaria. Em parte do terreno, será erguido um edifício com escritórios e salas comerciais, além de um hotel de até 80 metros de altura.
As obras estão previstas no caderno de encargos entregue ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para os Jogos 2016. O espaço será palco da chegada e da largada da maratona. Além disso, receberá competição de tiro com arco. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, escolas que ficam no entorno do Sambódromo não sofrerão com as obras.
Melhoria na acústica da Marquês de Sapucaí
Além da ampliação da capacidade, a Passarela do Samba receberá melhorias na parte acústica. Segundo o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, o templo do samba passará a ter som dos dois lados da pista. Hoje, em alguns trechos, há só de um lado, e a expansão para os dois ocorre a partir dos setores 4 e do 11.
“Quando tivermos caixas dos dois lados, equidistantes, poderemos aprimorar o som da Avenida. Vamos adaptar o projeto à nova realidade do Sambódromo. As cabines de jurados vão sofrer novo estudo em função do projeto final”, disse.
Castanheira e a Liesa estão estruturando as mudanças junto com o escritório de Oscar Niemeyer.
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